Nesta quinta-feira, 1º de agosto, a Polícia Federal (PF) deflagrou a segunda fase da Operação Cianose, investigando supostos desvios na compra de respiradores pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste) durante a pandemia de Covid-19. Foram cumpridos 34 mandados de busca e apreensão em vários estados.
De acordo com a PF, os crimes sob investigação incluem fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Os mandados foram cumpridos na Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, com a operação autorizada pela Justiça Federal na Bahia.
A primeira fase da Operação Cianose ocorreu em abril de 2022 e teve como alvo principal o ex-secretário do governo da Bahia, Bruno Dauster. A PF investiga a empresa contratada pelo Consórcio Nordeste para fornecer respiradores durante o pico da pandemia.
Segundo a PF, o processo de aquisição dos respiradores foi marcado por várias irregularidades, como o pagamento antecipado integral sem garantias contratuais em caso de inadimplência.
Após a primeira fase da operação, o Consórcio Nordeste negou irregularidades na aquisição dos respiradores. Formado pelos nove estados da região, o consórcio declarou:
"A aquisição conjunta de ventiladores pulmonares foi realizada no início da pandemia, seguindo o art. 4º da Lei nº 13.979/2020, observando todos os requisitos legais. No entanto, o Consórcio foi vítima de uma fraude por parte de empresários que receberam o pagamento e não entregaram os aparelhos. Este fato foi imediatamente denunciado pelo Consórcio Nordeste às autoridades policiais e ao judiciário, resultando na prisão dos empresários e no bloqueio de seus bens."